sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Direito, poder de modificar as pessoas e o mundo


“Estudar o direito é, assim, uma atividade difícil, que exige não só acuidade, inteligência, preparo, mas também encantamento, intuição, espontaneidade. Para compreendê-lo é preciso, pois, saber a amar. Só o homem que sabe pode ter-lhe o domínio. Mas só quem o ama é capaz de dominá-lo rendendo-se a ele.” (Tercio Sampaio Ferraz Jr.).

Lembro-me como se fosse hoje, meu primeiro dia na faculdade de direito. Tinha na cabeça o sonho de milhões de jovens em todo o Brasil, de mudar alguma coisa no sistema. Achava que munido da Constituição Federativa do Brasil, do Código Civil, do Código de Processo Civil, do Código Penal, do Código de Processo Penal, de Estatutos, de Decretos e Leis, empunhados nas mãos, tinha o suficiente para as intensas batalhas que surgiriam nos próximos anos. Como se fosse uma panacéia, que curaria todos os males. Ledo engano. Terminei a faculdade de direito, e logo no começo, quando comecei a advogar, tive minhas primeiras frustrações. Percebi que as coisas não funcionavam como deveriam. Alguma coisa não estava certa. Que aquele meu sonho de mudar o mundo para melhor teria que aguardar mais um pouco – talvez mais alguns anos, até conseguir amealhar recursos e companheiros leais para poder combater, sem depender de tantos outros amigos, já corrompidos pelo sistema. É, meus amigos, até para se fazer revolução, necessita-se de dinheiro, e de muito dinheiro, caso contrário, nós os manifestantes seríamos massacrados pelo braço forte do Estado, que, sem dó, nem compaixão, nos abateria como se fôssemos gados (admirável mundo novo). Enfim, o tempo passou, e hoje tenho algumas das ferramentas (menos o dinheiro), porém, acabaram-se as minhas forças. Vamos dizer que eu fiquei acomodado, incentivado pelo próprio sistema (matrix). Hoje, a luta é para viver o dia a dia, com isso, as coisas vão ficando como estão – síndrome do comodismo. Não que a gente queira isso, o problema é que o sistema venceu, e talvez vença sempre. Na minha opinião, isso é ruim, pois sem revoluções, nada muda. Desnecessário dizer que nada pode ficar do jeito que está perenemente. Este tipo de mentalidade beneficia um grupo pequeno de pessoas que já estão dominando, em flagrante detrimento com os que mais necessitam de apoio e ajuda, que, diga-se de passagem, é a maior parte da população. Será que um dia tudo isso irá mudar? Gostaria de um mundo melhor para meus filhos e netos.    

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